De onde vem nossa personalidade?
- Debora Fischer
- 7 de fev. de 2016
- 2 min de leitura
Nosso objetivo no IgualDesigual é analisar pessoas e discutir a origem da identidade em cada lugar. Dizer que o homem é produto do meio não é mera frase de efeito. Cada cidade afeta os que nela vivem, e tudo é moldado a partir daí: o que a pessoa come, o que ela veste, o que ela lê, o que ela sente.
Sendo os sentimentos reflexo daquilo que experimentamos nada mais justo julgar as cidades também como formadoras de caráter: o meio em que estamos inseridos e que será responsável por arquitetar nossa personalidade.
É então, com o uso da palavra arquitetar, que começo a falar do novo filme "infantil" lançado pela Pixar que se encaixa em nosso projeto tão perfeitamente que acho que foi encomendado sob medida.
Divertida Mente narra a história de uma garota que enfrenta o choque de se mudar de sua cidade natal. Falando por experiência própria, não há nada mais amedrontador para uma criança do que deixar os amigos para trás e começar do zero a vida em um lugar diferente. E é por meio dessa transformação que o enredo se desenvolve, nos apresentando os acontecimentos através de cinco personagens que elevam o filme infantil a quase uma obra de psicologia.
As emoções: Alegria, tristeza, raiva, nojo e medo. Pequenas personificações que vivem dentro de nossas mentes, controlam nossas ações e basicamente nos definem como somos. Além disso, outra função dessas nossas emoções é o armazenamento de memórias, principalmente as importantes. E eis que agora volto a falar do motivo que me trouxe aqui: arquitetar.
Nosso cérebro é capaz de armazenar milhões de informações a que somos expostos todos os dias. No entanto, só algumas viram parte de nós. As memórias realmente significativas são as que ficam, e, usando a analogia do filme, formam nossas "ilhas de personalidade". Quase que literalmente, a cidade que construímos é que a nos constrói.
A personalidade de uma pessoa é arquitetada por suas memórias, que nada mais são que suas experiências de vida.
O mundo de uma criança é pequeno, seu caráter não é formado porque ela ainda não viu e experienciou tudo o que há em sua volta. Com o passar do tempo vem a bagagem que nos acompanha: o que aprendemos na escola, o que ouvimos na rua, o que vemos nossos pais fazerem.
Pouco a pouco, como ilustra o filme, nossas ilhas formam-se, destroem-se e formam-se novamente conforme amadurecemos e fortalecemos nossas concepções. Momentos felizes são lembrados com nostalgia e acontecimentos ruins são aprendizados para a vida.
As emoções são os filtros pelos quais observamos o mundo quando olhamos pra fora. Apreciando o que há de melhor e absorvendo aquilo que nos define.

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